quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Pelourinho de Vimioso

A localidade de Vimioso é de muito remota origem, sendo já nomeado nas Inquirições de 1258, ordenadas por D. Afonso III. No entanto, recebeu foral e foi constituído Concelho apenas em 1516, por mercê do rei D. Manuel I, data a partir da qual se terá erguido o pelourinho. No ano anterior, o mesmo monarca havia criado o título de Conde de Vimioso a favor de D. Francisco de Portugal, filho de D. Afonso de Portugal, bispo de Évora, pelo que o foral do Vimioso permanece ligado à figura senhorial do 1º conde.
Trata-se de um monumento de feição muito rústica, denunciando mesmo um cariz arcaico que é típico de tantos outros pelourinhos da região. A picota ergue-se sobre um soco de quatro degraus quadrangulares, dos quais apenas três estão visíveis. A coluna é oitavada, assentando directamente sobre o soco, embora o troço inferior seja talhado de forma a simular um coxim cúbico. O fuste é constituído por quatro blocos de tamanho idêntico, ligados por argamassa visível. A meio do fuste existiria um brasão em pedra, de que se conservam registos (MAGALHÃES, F. Perfeito de, 1991, p. 66), bem como alguns vestígios no terceiro bloco. Este brasão, sem que seja possível garanti-lo, exibia provavelmente as armas dos Condes do Vimioso.
Sobre o fuste destaca-se o capitel, composto por um ábaco circular, de onde irradiam quatro braços curtos em cruz, ornamentados com pequenos botões esféricos nos topos arredondados. O remate é em pirâmide cónica, truncada, ornada com botões esféricos e uma sequência de hastes em H.
Este pelourinho foi deslocado para a implantação actual em 1958, ano no qual ocorreu igualmente o seu derrube acidental, durante uma festividade. É plausível que o brasão se tenha partido nesta altura.
Para melhor contextualização do Pelourinho de Vimioso, vejam-se, entre outros exemplares bragantinos, os Pelourinhos de Mogadouro e Bemposta, muito semelhantes.

Fonte do Texto: IGESPAR

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